De Vitor Birner
O texto de minha coluna de hoje no Lance!
A bola puniu
Apoteóticas, dramáticas, inesquecíveis, históricas… A soma das palavras fortes, de impacto, é uma vã tentativa de explicar as sensações das torcidas classificadas e eliminadas da Libertadores.
Vascaínos, Tricolores e Fortineros sofreram horrores.
Cariocas e argentinos, sem dúvida, tinham tantas condições de serem campeões quanto Corinthians, Boca Juniors e Santos, mas precisam procurar dentro de casa a razão do merecido sofrimento.
Por que Abel Braga, bom treinador, escalou Deco na segunda partida da final contra o Botafogo? Venceu por 4×1 a primeira. Poderia colocá-lo no banco, pois não é jovem e já se machucou bastante.
O campeonato estadual vale pouco. Compare o clima nos confrontos do Fluminense contra o Glorioso e diante dos Xeneizes. A dedicação dos atletas foi maior no torneio da Conmebol. O torcedor desejou mais o lugar na semifinal do que o troféu do campeonato do Rio de Janeiro.
A presença do Deco faria a diferença. Faltou criatividade ao meio-campo do Flu no Engenhão. Detalhes definem quem vibra ou chora no final de partidas tão equilibradas,.
O clássico brasileiro provou isso.
Em São Januário e no Pacaembu, apenas uma vez alguém ficou livre, sem marcação, na cara do gol.
A cena deve estar gravada na memória de todos.
Após o raríssimo lapso defensivo da equipe de Tite, a sorte sorriu, naquele momento, para o campeão da Copa do Brasil. Cruz-maltinos, corintianos e a nação anti-Corinthians foram hipnotizados durante sete segundos e nove décimos, período entre o rebote do chute de Alessandro, finalização de Diego Souza, desvio de Cássio e a saída da bola pela linha de fundo.
O meia, inseguro e indeciso, tremeu na hora de resolver. O destino cobrou o preço. .
Na Vila, o Vélez, com um jogador a menos em todo o segundo tempo, impediu o Santos de pressionar. Parou o craque Neymar e manteve o controle emocional até quando perdia.
Na decisão por pênaltis, Cubero isolou a gorduchinha, A tensão mudou de lado e os santistas festejaram.
Futebol competitivo não perdoa. A glória e a desgraça andam de mãos dadas e flertar com uma delas é pecado esportivo mortal.
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