Fosse uma rodada qualquer do campeonato que não a antepenúltima e o Vasco teria passado pelo Avaí sem maiores problemas, ainda mais que o rebaixado time catarinense ficou com 10 já aos 20 minutos do primeiro tempo, com 16.296 pagantes, 20 mil presentes, em São Januário.
Mas a vitória cruzmaltina valia a liderança, mesmo que provisória, e no gol avaiano estava um goleiro que estreava — ao retornar depois de quase uma década fora do país: Marcelo Moretto.
Ele que chegou a brilhar no futebol português com as camisas do Vitória de Setubal e do Benfica, aproveitou-se da ansiedade vascaína e foi segurando o 0 a 0 até os 50 minutos de jogo, quando Juninho Pernambucano achou Felipe e ele, ao se livrar de um marcador, chutou como sabe, de trivela, e, enfim, fez 0 1 a 0 que bastava.
Mas o normal era que viesse mais, ansiedade resolvida.
E, aos 70, na primeira jogada de Bernardo que entrara no lugar do machucado Éder Luís, ele pôs na cabeça de Elton que ampliou: 2 a 0.
Era quase justo, mas ainda faltavam, ao menos dois gols para o time que dorme na liderança e, na quarta-feira, antes do clássico contra o Fluminense, enfrenta a Universidade do Chile pelas semifinais da Copa Sul-Americana.
No fim, Elton roubou uma bola na única bobeada de Moretto no jogo, fez o terceiro, mas o árbitro inventou uma falta para anular o gol.
E a torcida cantava na Colina: “Ááá, o Corinthians amanhã vai se ferrááá!”.
(Quer dizer, não era bem assim, mas com esse sentido, porque a rima era feita com Ê…).
Enquanto isso, para que a noite do sábado honrasse este Brasileirão de surpresas, já que o América foi aplastrado pelo São Paulo com 8.670 pagantes no Morumbi (3 a 1), com dois gols de Luís Fabiano no primeiro tempo e um de Juan no segundo, com Alessandro descontando, o que permite ao tricolor dormir na Libertadores, o Ceará aprontou.
E como!
Foi ao Olímpico (5.658 pagantes), fez 1 a 0 aos 29 do primeiro tempo, tomou o empate de Douglas aos 37, mas fez 2 a 1 aos 4, e 3 a 1, aos 12 do segundo tempo, sempre com Felipe Azevedo, o Fred (que fez quatro, é verdade) cearense na vida do tricolor gaúcho.
E o Ceará deixou o Cruzeiro na situação em que o Vasco deixou o Corinthians e o São Paulo deixou o Flamengo: com a obrigação de, pelo menos empatar para conservarem suas posições fora da zona do rebaixamento, na liderança e na zona de Libertadores.
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