segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Licença para falar do Magrão




De Vitor Birner
Reproduzo aqui a minha coluna de sábado no Lance.
Licença para falar do Magrão
Sócrates nunca enxergou em si mesmo o gênio da bola. Na verdade nem gostava tanto assim de ser Sócrates.
Querido por todas as torcidas, era normal alguém se aproximar para conhecê-lo. Quem chegava rasgando elogios a categoria e estilo refinado em campo, e o chamava pelo nome de batismo, dificilmente conseguia cativá-lo.
Nas ruas e bares da vida, bastava alguém dizer “ Magrão” e emendar o bate-papo sobre política, música, poesia, amor e futebol, de preferência misturando tudo na mesma panela existencial, para ter diante de si o amigo
Certa vez, conheceu um pessoal na boteco da Vila Madalena. Conversaram enquanto tomavam algumas e na momento de ir embora convidaram-no para a festa no apartamento de um dos anônimos. No fim da madrugada, horas depois, o Doutor apareceu lá com cervejas.
A idolatria o incomodava. O Magrão gostava de simplicidade e alegria. As boas relações alimentavam sua alma.
Parecia ter vindo de outra sociedade. Não ambicionava dinheiro, fama e poder, metas de grande parte dos cidadãos. Tampouco reagia de maneira violenta a nada. A natureza dele impedia agressões físicas ou verbais, vinganças e o desejo de ver alguém mal.
Tinha outros defeitos, nenhum nocivo ao mundo. Sonhava ver a humanidade feliz e unida. Defendia a educação como principal agente de transformação social. Inúmeras vezes ouvi ele falar em “conscientização” e “ desenvolver o senso crítico”.
Repare na trajetória íntegra do Magro.
Abriu mão de todos os benefícios que sua própria história poderia fornecer em troca de manter as convicções puras.
Se estivesse a fim de entrar no jogo, o líder da democracia corintiana, provavelmente o segundo homem mais popular do período das ‘Diretas Já’, atrás apenas do ex-presidente Lula, teria espaço em partidos políticos e altos cargos do governo.
Mais que inteligente, o sábio não fazia concessões com verba pública. Conhecia o sistema e continuou a luta de cabeça erguida, caminhando à margem do politicamente correto na terra dos Havelanges, Teixeiras e outras figuras parecidas.
Acompanhei o futebol do Sócrates desde o Botafogo. Foi maestro, diferente, espetacular, craque!!! Conheci o Magrão faz poucos anos e garanto: o ser humano dava baile no camisa oito.
IMAGEM HOMMER

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