De Vitor Birner
América 2×1 Corinthians
América e Corinthians jogaram futebol digno de um confronto sem gols.
O Coelho, com jogadores inferiores na parte técnica, não podia se arriscar.
O Corinthians foi pouco ambicioso na etapa incial. Depois, quando tentou atacar mais, parou no sistema defensivo do rebaixado.
O arbitro errou quando soprou as duas penalidades.
E Julio Cesar falhou no segundo gol do América.
O Corinthians não podia, diante de 40 mil torcedores, perder de quem tinha vencido 4 partidas em 32 disputadas.
Transformou o coelho em zebra.
Mas continua sendo fortíssimo candidato ao título.
Escalações
América (3-5-2) – Neneca; Anderson, Micão e Éverton Luiz; Marcos Rocha, Amaral, Leandro Ferreira, Rodriguinho e Thiago Carleto; Kempes e Fábio Jr.
Corinthians (4-2-3-1) – Julio Cesar; Alessandro, Chicão, Wallace e Fabio Santos; Ralf e Paulinho; Willian, Alex e Danilo; Liédson
Sem segredos
Givanildo e Tite escalaram os times sem novidades.
Tanto as escalações quanto o posicionamento e funções dos boleiros foram mantidas.
O rebaixado Coelho com Anderson à direita do trio de zaga, Éverton Luiz na esquerda e Micão na sobra. Os volantes Amaral e Leandro Ferreira ficam bem recuados.
Os alas Marcos Rocha e Thiago Carleto têm liberdade para atacar; Rodriguinho é o meia e o ataque é formado pela pesada dupla Kempes e Fábio Jr.
Tite fez o que todos imaginavam.
Posicionou 4 atletas na primeira linha, prendeu Ralf na marcação, pediu que Paulinho e os laterais apoiassem de forma alternada para não deixar espaços no sistema defensivo e encarregou Willian, Alex e Danilo da criação.
Muito precavidos
Ambas as equipes se preocuparam, acima de tudo, em não sofrer gols.
As razões são simples de se entender.
O América não podia ir para cima. Se deixasse lacunas, certamente perderia o confronto porque o adversário possui jogadores bem melhores.
Givanildo, por isso, fechou o time, começou a marcação na linha que divide o gramado e apostou nos contragolpes, apesar de não contar com nenhum atacante veloz.
Tite também não viu razões para correr riscos.
Até na fase da crise corintiana o comandante insistiu na formação tática e postura em campo.
Não gosta de pressa na busca pelo gol. Acredita na filosofia de jogo e na qualidade dos atletas.
O Corinthians não tem um craque, mas Danilo, Liédson, Willian, Alex, Émerson e Paulinho podem desequilibrar.
O sistema defensivo forte e a boa quantidade de boleiros que eventualmente resolvem (um deles é reserva) e o nível técnico inferior de grande parte dos concorrentes reforçam as convicção do treinador.
Ele está certo.
Sopração ruim dá emoção ao jogo
Os sistemas defensivos venceram o duelo na etapa inicial.
América e Corinthians mal ameaçaram os goleiros.
Cruzamentos, chutes de fora da área, passe de lado, pouca objetividade e muita marcação explicam o jogo antes do intervalo.
Aos 15, Alex, machucado, deu lugar a Emerson. O Sheik entrou na linha de 3, não como segundo atacante.
Nenhum atleta deve ser elogiado pelo que fez com a redonda.
Os 2 times mereciam o empate sem gols, mas Jean Pierre Gonçalves Lima, o sujeito que corre no campo com o apito, aparecee.
Pênaltis ridículos
Aos 31, Alessandro acompanhou Kempes em lance de velocidade. Houve o contato deles, mas longe da área.
Eu nem daria falta. O apitador viu pênalti. Estava distante e soprou assim mesmo. O auxiliar, omisso, não se manifestou.
Fabio Jr cobrou e colocou o Coelho em vantagem.
Aos 44, o soprador cometeu outro grave erro.
Amaral segurou o braço do Emerson, que segurou a camisa do rival. O corintiano se jogou (repare que ele pula para frente, cai do lado contrário de quem estava sendo puxado) e o apitador soprou a ‘penalidade brasileira’.
Chicão chutou o pênalti bem e deu justiça ao placar.
Muito pouco
O Corinthians voltou um pouco melhor para o segundo tempo, mas não o bastante.
Emerson ameaçou o gol de Neneca uma vez e nada mais.
O Coelho continuou fechado, tentando um gol no contragolpe ou em lance de bola parada.
Vãs mudanças
Tite, aos 12, alterou o time para tentar torná-lo mais ofensivo.
A trocou de Alessandro por Weldinho foi técnica, não tática.
Não surtiu bom efeito.
Aos 35, Edenilson substituiu Willian, Emerson virou segundo atacante e Paulinho pôde aparecer mais na meia.
De novo a tentativa foi vã.
As chances de gols não apareceram.
Aos 29, Léo ocupou o lugar de Kempes.
Julio César falhou
Eis que, aos 42 minutos, o improvável aconteceu.
Amaral cobrou a falta no canto que Júlio César deixou aberto (sem proteção da barreira).
Ficou claro a barreira encobriu a visão do goleiro e ele, por isso, demorou para ir na bola.
O Coelho comemorou a quinta vitória em 33 jogos.
Difícil ou não, o goleiro não pode tomar gol no lado que estava protegendo.
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