Adriano foi personagem de muitos comentários meus, aqui no blog, na coluna no Estadão e na ESPN. Alguns elogiosos, por méritos dele, e vários infelizmente negativos, por pisadas na bola. Mas agora já deu: virou tema desgastado e está a um passo de tornar-se página virada no futebol. Poderá ser assunto em outros setores mais mundanos; talvez, não no esporte.
Não gosto de falso moralismo e creio que cada um tem direito de fazer as escolhas que preferir para tocar a vida. Podemos interferir um pouco, e assim mesmo se formos chamados. Adriano chama a atenção por ser personagem público, por se tratar de um boleiro que teve fama relativa – menor do que ele imagina, menor do que poderia ter alcançado.
O mais correto, neste momento, é tratá-lo como ex-boleiro. Há dois anos e meio, se comporta como quem não se interessa mais pela carreira. Desde a saída do Flamengo, na metade de 2010, não lhe aconteceu nada de importante dentro de campo. Foi um fiasco imperial na Roma, uma nulidade no Corinthians e sequer aconteceu nesta nova tentativa na Gávea.
Adriano está à deriva, não se dá conta disso e aparentemente não há quem possa ajudá-lo. O Flamengo achou que poderia resgatá-lo, como peça importante para a equipe e para projeto político. Não deu certo no plano esportivo e influiu negativamente nos bastidores. O acordo com ele só serviu para atrapalhar mais a atribulada administração atual, serviu de munição de graça para a oposição. O clube não precisava disso.
Adriano se sente tão acima do bem e do mal que se antecipou ao clube ao anunciar que voltaria apenas em 2013. Como se você dissesse para seu patrão que sairia de férias pelo tempo que quisesse e só retomaria o trabalho quando bem lhe aprouvesse. Perdeu parâmetros, parece que acreditou mesmo na história de ser um Imperador. Pobre moço.
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