quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Cartoon Network Vinte Anos



A Cartoon Network faz vinte anos nesse Outubro. Tempo suficiente para que haja quem não tenha conhecido um mundo sem Cartoon. E também para que toda uma outra geração tenha esquecido da revolução que então assistiram.
Antes da Cartoon, ver desenho na TV era penoso. A maioria era exibida em programas de meninas com shortinhos, de formosura  indiscutível, verdade, mas os desenhos começavam cada dia num horário, não raro, fora de ordem, e quase nunca iam até o último episódio. Abertura e encerramento, então, ficavam ao gosto do programador. Quando a MTV estreou por aqui, em 1991, se mostrou a solução perfeita ao cenário musical pop, cujos vídeo clipes sofriam o mesmo desrespeito que os desenhos, com os nomes das músicas e bandas sempre trocadas ou erradas. O milagre da segmentação fez muitos animanerds desejarem um canal exclusivo de desenhos, embora o soubéssemos inviável. Mas daí, em 1992, o magnata Ted Turner ousou o inimaginável.
 Ted Turner, o criador da Cartoon Network, é também criador do infame Capitão Planeta. Tudo bem, a gente perdoa. Contanto que a ideia do anel de coração também não tenha vindo dele.
Turner havia fundado a CNN em 1980, sob o seguinte discurso; “Não desligaremos nunca, e o último evento que iremos cobrir será o fim do mundo”. Aproveitando a Egotrip, comprou parte do acervo da MGM ( contendo Tom e Jerry e vários Tex Averys ), todo o acervo da Paramount ( Betty Boop e Popeye e Super Homem das antigas ) e o direito de distribuição de tudo da Warner pré 1950. Não contente, arrebatou ainda TODA a biblioteca dos estúdios Hanna Barbera. Então Ted teve a cabulosa ideia de desovar o velho novo conteúdo em um canal segmentado. Assim nasceu aCartoon Network.
Quando ouvi que a Cartoon Network estrearia no Brasil fiquei maluco. Liguei para TVA e descobri que o Cambuci não estava “habilitado a receber o sinal” ou algo assim. Considerei me mudar para um bairro mais playboy, mas é claro que a mãe achou a ideia estapafúrdia e, no Cambuci continuei, chutando e esperneando. Até que meses depois, a NET cabeou a região e então eu pude ir à forra. No começo, a programação era parca (só do conteúdo supracitado), mas só de ver o respeito pela arte, fosse em vinhetas ou no cumprimento dos horários, a assinatura, bem cara aliás, já valia.

Mesmo em seus comerciais, a Cartoon nos jogava na cara uma linguagem da qual nunca tivéramos nada de parecido no Brasil.
Certo. No começo, a emissora patinava com reprises de Galtar e a Lança Dourada e Dinossauros Radicais, mas também havia pérolas. As maiores eram dadas a conta gotas, em um programa chamado Late Night Black and White, com curtas da Warner, Paramount, dos anos 30, de maioria inédita no Brasil até então. Havia também o Space Ghost Coast to Coast, onde víamos, ainda incrédulos, o portentoso herói pagando de Jô Soares Onze e Meia, e o Cartoon Planet, onde Space Ghost e patota cantava e vivia o surrealismo em sua mais pura forma. Foi o embrião de muitos shows que estrearam no Adult Swim, de 2001.
Em 1995, a Cartoon partiu para a construção de sua própria biblioteca. Intimou diretores novatos a apresentar suas ideias, e bancou os curtas. O resultado: What a cartoon Show (Desenhos Incríveis, por aqui) que revelou o Laboratório de DexterJhonny Bravo e as Meninas Super Poderosas, logo na primeira leva, e a Vaca e o Frango e Coragem, o Cão Covarde, na segunda. Alguns desenhos muito bons como Mina e o Conde e Yuckie Duck infelizmente não emplacaram.
Cartoon cartoons. A cartoon criou um time que a catapultou aos píncaros de audiência, de onde nunca mais desceu.
Desde então a Cartoon apita as direções da animação comercial. Nick e Disney bem se esforçam e por vezes conseguem emplacar algum sucesso, mas ainda quem dá as cartas, define o norte, seja em arte, conceito ou roteiro, é a Cartoon. Pode nem sempre ser um primor da originalidade, mas as referências prestam. Valeu, Cartoon e feliz 20 anos

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