cosme rimoli /r7.comO envolvimento explícito de Marin é um ganho enorme ao Corinthians.
Ricardo Teixeira não tinha disposição para ajudar clubes na Libertadores.
Acreditava que se ajudasse um clube, todo ano seria o mesmo desgaste.
Lavava as mãos.
Quando uma equipe brasileira chegava à final da Libertadores ia ao jogo no Brasil.
E olhe lá.
José Maria Marin, não.
Ainda mais na primeira decisão sob a sua administração.
Ex-governador biônico de São Paulo, ele sabe a força popular do Corinthians.
Esqueceu o seu amor ao clube do Morumbi e foi ontem dar seu apoio ao time de Tite.
Com seu mentor, o presidente da FPF, Marco Polo del Nero.
Os dois apareceram ontem, mas já trabalharam nos bastidores.
Fizeram sua parte.
E afastaram o maior medo de Mario Gobbi, Andrés Sanchez e Tite.
O árbitro Jose Buitrago está fora das finais contra o Boca Juniors.
Esse era o maior desejo corintiano.
Ninguém se esqueceu de Buitrago no Parque São Jorge.
Gobbi foi criativo na sua revolta após a arbitragem do colombiano contra o Emelec.
"O juiz foi um serial killer, mas não vamos entrar com representação porque não adiantaria.
É a mesma coisa de quando eu era pequeno em Jaú, que ficava esperando Papai Noel aparecer no Natal."
Não veio o Papai Noel, mas José Maria Marin.
E com o presente esperado.
O veto a Buitrago.
Com brasileiros e argentinos disputando a Libertadores, o colombiano era muito cotado para estar em uma partida.
Só que Marin recebeu o pedido de Andrés que o Corinthians não o queria de jeito algum.
E agiu rápido.
Buitrago foi o árbitro do jogo entre o clube paulista e o Emelec, em Quito.
Naquela partida ele permitiu que o clube equatoriano apelasse para a violência.
Se fosse confirmado, principalmente na partida da Bombonera, os corintianos iriam preocupados.
E poderiam perder o foco.
A cúpula corintiana sabia que Buitrago também havia prejudicado o Fluminense.
No jogo contra o Boca Juniors na Bombonera, nas quartas-de-final.
"Esse árbitro é um mau caráter", sintetizou Abel Braga.
A reclamação também foi em relação à violência que permitiu por parte dos argentinos.
Os corintianos insistiram com Marin que Buitrago persegue os brasileiros.
A veemência das reclamações o fizeram tomar providência.
Marin estava decidido a ajudar qualquer equipe nacional que estivesse na final.
Quer acumular o máximo de títulos possíveis como presidente da CBF.
Logo que soube da preocupação corintiana, entrou em contato com o Nicolás Leoz.
O presidente vitalício da Conmebol não criou problemas e garantiu que Buitrago estaria fora da decisão.
Vale a pena relembrar que há um acordo entre entre a AFA e a CBF.
Nunca um argentino ou um brasileiro assumirá a Conmebol para não desequilibrar a harmonia do futebol sul-americano.
Por isso o paraguaio ganhou o cargo enquanto estiver vivo.
Leoz é um político por natureza.
Não iria se indispor com o novo presidente da CBF por uma coisa pequena.
E ontem a Conmebol confirmou o chileno Enrique Ósses na Bombonera.
Juiz até agora sem restrições.
No Pacaembu estará Wilmar Roldan.
Matreiro, Leoz confirmou Roldan que é colombiano como Buitrago.
Fez a média que sabe fazer como ninguém.
Foi uma jogada de velho mestre, acostumado a acomodar as situações.
Agradou a Federação Colombiana que poderia se indispor com o veto a Buitrago.
Quando soube que havia vencido esta primeira batalha a favor do Corinthians, Marin foi colher os dividendos políticos.
E fez questão de visitar o clube no ontem, dia em que foram confirmados os árbitros.
Foi tratado como um rei.
Assim como Marco Polo del Nero, que foi fundamental neste arranjo.
Ele mostrou a Marin o caminho.
Foi uma ação discreta, mas significativa.
O Corinthians venceu sua primeira batalha nos bastidores desta final.
Vitória psicológica importantíssima.
Tite e os jogadores vibraram quando souberam que estão livres de Buitrago.
Libertadores da América nunca foi ganha apenas dentro do campo...
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