Exemplo de fair play, Ralf traz custo-benefício ao Corinthians

Presente em 134 dos 162 jogos do Timão desde que chegou ao clube, Ralf jamais foi expulso

Os jogadores e o técnico Tite afirmaram na volta ao Brasil que a irritação contra o árbitro no Equador já é passado e que, para vencer o Emelec no Pacaembu, é necessário jogar bola. Então, é bom que todos se espelhem na trajetória de Ralf no Parque São Jorge, iniciada em 2010.

Jogar sem preocupação com a arbitragem e tomar a bola sem querer se impor com força desnecessária é algo que o camisa 5 sabe fazer... E muito bem. Prova disso é seu histórico de cartões.

Apesar de ser volante e de ter função de parar os mais rápidos e habilidosos, Ralf jamais foi expulso. Parece mentira, mas não é. Após 134 jogos pelo Corinthians, Ralf acumula apenas 23 amarelos. Vermelho? Só se for de raiva para quem é marcado e costuma ficar sem espaço.

A média de apenas uma advertência a cada quase seis jogos, merece ser destacada. Para quem duvida, basta pegar a quantidade de amarelos e vermelhos de outros jogadores do elenco (veja relação abaixo).

"Volante que fica muito deitado comete falta e leva cartão. Eu faço de tudo para não dar carrinho, sempre tento ficar em pé na hora de marcar", explicou o volante.

Questionado se algum jogador rival desperta medo antes de a bola rolar, o camisa 5 manda um recado:

"Medo? É complicado falar de medo. Respeito, sim. Mas medo não tenho. Na minha posição marco os diferenciados, mas não tenho medo. Tenho respeito, mas vou marcá-lo bem, de forma leal", completou Ralf, que destacou os meias Ronaldinho Gaúcho, Montillo e Conca.

Sem cartões vermelhos e dotado de uma condição física invejável, que causa espanto até em companheiros, Ralf proporciona um custo-benefício incrível ao clube. Dos 162 jogos disputados pela equipe desde a sua chegada, o volante atuou 134 vezes. Ou, se preferir, em 82,71%.

Esse número não é maior porque ele ficou fora de quatro jogos, quando defendeu a Seleção Brasileira e outros cinco machucado, por causa de uma falta de Douglas, por trás, quando este estava no Grêmio.

Eficiente, Ralf é também o único jogador que é titular do Corinthians desde que chegou ao clube. Liedson, era outro, mas perdeu a vaga para Willian na semana passada.

Não à faixa de capitão

Ralf se contenta com a liderança natural e o respeito conquistados perante aos companheiros. Para o volante, usar a faixa de capitão não é relevante.

"Tite falou que eu seria capitão num jogo em casa, mas eu disse que não me sentia bem. Isso não me faria jogar mais. Eu não tenho confiança para usar a faixa, mas tenho a minha liderança. Não é isso que vai me deixar diferente. A faixa é para conversar com o árbitro", explicou Ralf.