domingo, 20 de maio de 2012

Por que ele?



Perder dói. Perder uma final em casa dói mais ainda. Perder em casa quando se chega tão perto de ganhar é quase uma facada no peito, e o Bayern Munique foi derrotado assim. Sem choro nem vela, de maneira cruel, como só o futebol sabe ser. Foi campeão durante seis minutos no tempo normal, e levou a primeira pancada na cabeça com o gol de Drogba. Justamente no momento em que Van Buyten havia entrado no lugar de Thomas Müller para trancar o ferrolho. Mas ainda era empate, ainda havia jogo. E veio o pênalti perdido por Robben na prorrogação, e os pênaltis. A bola decisiva caiu nos pés de Schweinsteiger, mas ele perdeu. Não merecia isso, mas quem disse que futebol combina com justiça?
Schweinsteiger enfrentou duas lesões sérias na temporada. Uma na clavícula, outra no tornozelo. Ralou um bocado para voltar ao time, que sentiu sua falta, e ficou no banco até as quartas de final, contra o Olympique de Marseille. Voltou, e o time melhorou muito. Classificou os bávaros nos pênaltis contra o Real Madrid, e deu o passe para Thomas Müller marcar. É o melhor jogador alemão do momento, mas isso pouco importa agora. Histórias semelhantes vimos por aqui com Zico, que voltou de lesão e perdeu pênalti no tempo normal da Copa do Mundo de 1986, ou com Edmundo, que perdeu a cobrança decisiva no Mundial de Clubes. O animal já relatou várias vezes o esforço que fez para se recuperar de uma contusão que quase o tirou do torneio.
Seria muito cretino da parte de qualquer um em Munique jogar a culpa toda nele ou em Arjen Robben, que perdeu o pênalti na prorrogação e não teve coragem para bater na decisão por penalidades. O torcedor, talvez anestesiado pela quantidade faraônica de cervejas consumidas, talvez tenha feito isso num primeiro momento, mas provavelmente cairá em si assim que o porre passar. O Bayern jogou como time e perdeu como time. Desperdiçou um bocado de chances com Mario Gómez, não soube em vários momentos passar pela retranca do Chelsea. Não teve sorte em outras ocasiões. Mas não tem do que reclamar, porque a arbitragem do português Pedro Proença foi perfeita. A derrota foi na bola, dentro de campo, e legítima.
Os desfalques do Bayern não fizeram muita falta. Luiz Gustavo poderia ter dado mais liberdade para Schweinsteiger, mas o problema di time não foi a proteção para a zaga. O gol do Chelsea foi muito mais mérito de Drogba, um centroavante espetacular, do que falha de qualquer um do sistema defensivo. E os Blues sofreram muito sem Ramires, porque Salomon Kalou, convenhamos, faz hora extra no elenco já há algum tempo. É um Jorge Henrique com (ou sem) equipamentos opcionais, um jogador comum que deu uma sorte imensa na carreira.
No gol, Manuel Neuer trabalhou muito pouco, e até fez a parte dele nos pênaltis, ao defender um e fazer o seu gol. Mais do que isso, impossível. Philipp Lahm foi bem bloqueado pela direita, mas protagonizou bons lances, e Diego Contento não comprometeu. No meio, Toni Kroos fez bela partida, mas Thomas Müller, apesar do gol, decepcionou. Ribéry se entregou enquanto pode e sofreu o pênalti na prorrogação.
A oportunidade de conquistar o título, porém, foi desperdiçada, e uma geração de jogadores talentosíssimos (incluindo Robben e Ribéry) ainda não conseguiu uma conquista internacional. Ainda há, no entanto, uma chance na temporada: a Eurocopa 2012, onde Alemanha e Holanda figuram entre as favoritas e terão mais uma chance para desbancar a atual campeã Espanha. E essa seca pode parar no dia 1º de julho, na grande final. Mas por enquanto a Baviera chora sua perda.

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