O preço da boa música...

Um dos lugares que rodam mais dinheiro no mundo é na indústria musical, onde milhões são movimentados, e grandes investidores que não são bobos nem nada perceberam isso e resolveram garantir um pedaço da torta transformando o mundo musical em finanças.
Um dos pioneiros em descobrir o poder da música e a renda que ela pode oferecer foi o diretor da NEMS que nos anos sessenta descobriu aquilo que foi a primeira boyband de todos os tempos: The Beatles. Brian Epstein conseguiu captar a magia naqueles quatro garotos scousers e transformar aquilo em lucro, além de outros que perceberam o poder da beatlemania e começaram a fazer produtos voltados para os garotos para faturarem com aquilo que era boa música.

O problema é que alguns produtores musicais esqueceram da magia que as canções de Elvis e dos Beatles causavam, focando apenas no apelo sexual dos rapazes. Assim esses empresários viram que não era necessário encontrar grandes talentos, e sim modelos que tivessem a arte da mimica, fossem carimáticos e bonitos, dessa forma reduzindo o trabalho eles criavam um grande talento. Desse modo os empresários foram deixando de lado talentos natos que faziam verdadeiras canções como os musicos do Led Zeppelin e os trocando por cantores mediocres que abusam do auto-tune.

A transformação da música em algo ruim e sem nexo não ocorreu de uma hora para outra, ainda nos anos setenta podiamos nos deparar com diversas bandas boas, apesar de um lado termos os coloridos do Twisted Sister podiamos também ouvir Sex Pistols e Janis Joplin que lutavam contra a ideologia dos E.U.A na época. As pessoas da década de setenta não queriam apenas rostos bonitos, já haviam visto a mágia dos Beatles, e pediam por grupos que tivessem alguma ideologia por trás de suas canções, eles boicotavam as bandas mediocres que grandes gravadoras tentavam meter por goela a baixo. Dessa maneira sobreviviam algumas poucas bandas ruins que faziam a alegria de algumas das crianças, mas em maioria as bandas que chamavam a atenção dos jovens eram aquelas que faziam eles pensarem e armavão revoluções contra o governo.

Nos anos oitenta os jovens estavam de ressaca das grandes revoluções, embalados por discotecas que eram um tipo de música eletrônica  da época se divertiam e enchiam o bolso de grandes empresários como Kim Fowley que produziu bons grupos de Glam Rock que na época não era visto do mesmo modo que amantes do bom e velho rock viam Jim Morrison. Nessa mesma época surgiam as Boy Bands Rockers, que eram grupos que abusavam da sensualidade com uma trilha sonora no minimo decente como o Guns N Rose que tinham o belo Axl para encantar as garotinhas e Slash para fazer solos de enlouquecer com sua guitarra, ou mesmo Poison que tinha Bret Michael para deixar as jovens apaixonadas com Every Rose Has Its Thorn, empresários faturavam muito com esses belos rapazes que até não podiam fazer como Elvis, mas com certeza eram mil vezes melhores que Restart.

Com o tempo as pessoas foram cada vez mais deixando de lado aquele cru Rock que uniu brancos e negros em uma única sinfonia, e fez milhões de jovens irem para as ruas protestarem, por rostinhos bonitos que a cada dia faziam menos letras brilhantes e trocavam os protestos de I Am the Warlus por músicas de amor do Bee Gees. Nos anos noventa surgiu uma das últimas bandas que fez algo inovador o Nirvana, nesse mesmo contexto tivemos as Spice Girls que vendiam bem aquelas músicas festeiras que fizeram sucesso nos anos oitenta, além da grande Boy Band; Back Street Boys que foi uma das primeiras Boys Bands que usaram apenas o apelo sexual e muito auto-tune. Nessa década vemos como a música foi comprada e trocada por garotas irritantes que ficam gritando por garotos bonitinhos que compram letras de compositores e fingem que cantam.

Uma das maiores provas de toda essa ganância que hoje envolve o comércio milionário da música é o Rock in Rio, que deixou de lado as raízes do Rock e vendeu os lugares na platéia para pessoas da moda que curtem Katy Perry e Ke$ha (nada contra quem curte esse tipo de música, mas isso não é Rock) excluindo astros verdadeiros como os rapazes do Aerosmith que tocam aquilo que esse espetáculo deveria ter. O Rock in Rio deveria ser chamado de Music Rio Festival, assim poderiam ter um repertório mais abrangente sem queimar o nome do Rock com Ivete Sangalo e Pitty. As pessoas esquecem que esse festival é para celebrar um ritmo musical tão aclamado como é o Rock, e colocam em primeiro plano o faturamento colocando cantores de diversos gêneros para atrair compradores de diversos gostos, assim conseguindo o dinheiro de diversas pessoas e colocando qualquer merda num palco em que Freddie Mercury subiu.

Hoje raramente vemos astros completos como Little Richard, que sabia cantar e dançar unindo diversas etnias, temos Adele que é uma ótima cantora, mas não têm presença de palco, ou Amy Winehouse que era brilhante, mas foi ofuscada pelo vicío. Falta talentos de verdade, e com a ganancia dominando os negócios raramente encontraremos isso. Grandes bandas são deixadas de lado pelas gravadoras pois não têm o timbre do Show Bunisses que eles mesmos criaram. Arctic Monkeys pode não ser um Chuck Berry mais com certeza é muito superior a Banda Cine, mas já que os coloridos rendem para que tirarem eles dos holofotes.

A música hoje me envergonha, pois deixam músicos que chegam perto da genialidade de Bach de lado, por que rapazes na puberdade de roupas fluorescentes rendem mais. Vamos boicotar festivais regidos pelo dinheiro como o Rock in Rio deixando de comprar os ingressos, para ver se eles tomam vergonha na cara e coloquem músicas decentes nesses palcos mundo a fora. Ninguém merece Justin Bieber cantando no mesmo lugar que Paul McCartney e passando ao vivo na televisão, enquanto o AC/DC vêm para o Brasil e ganha uma matéria minuscula no jornal da tarde. Vamos mudar a música tirando o espaço desses que só pensam em lucrar como os bonitinhos da MTv, que colocam qualquer merda bonita com auto-tune para as pessoas ouvirem e encherem as contas bancárias de empresários que mal se movem para ficarem milionários. O poder de mudar o tão terrivel cenário musical está nas suas mãos e no fato de você não engolir tudo aquilo que a midia impõe.

http://www.x-tudo.net/2011/10/o-preco-da-boa-musica.html

hommer